terça-feira, abril 15, 2008

Temos, realmente, poder de influenciar?

Fico pensando sobre nosso papel social. Não como cidadãos individuais, mas como massa social. Será que realmente podemos nos encaixar nos moldes sociais e usá-los como bem quisermos? E quanto a nossa liberdade? Temos o poder de influenciar nosso contexto social?

As teorias mais recentes de comunicação afirmam a pouca manipulação que os meios de comunicação em massa são capazes de exercer. As correntes pós Guerra Fria identificam o receptor e esse mostra que os resultados esperados pela "manipulação" nem sempre estão presentes nas suas idéias. Ótimo, não somos manipulados! Uma vitória para quem afirma que a liberdade deve ser respeitada e que temos o direito de formarmos nossa opinião.
Com certeza somos capazes - até demais - de formarmos nossa opinião, contudo, será que podemos expor todos os nossos intuitos e transformar nossas aflições em possibilidade real de superação de expectativas?

A sociedade não pode ser formada pelo indivíduo. Segundo Niklas Luhmann, é a comunicação que molda o meio, retificando toda a análise social feita a partir do ponto de vista antropofórmico. A princípio parece estranho ver a sociedade não pelo social, mas pelo ponto de vista extra-humano. A realidade nos mostra que a opinião pública não implica diretamente nas aspirações comum dos conscientes, mas sim em formas pré-moldadas que nos foram trazidas desde o início de nossa sociedade e que são controladas pelo sistema. Ou seja, a opinião pública é o reflexo daquilo qe o sistema espera que façamos.

Então, como poderemos influenciar o meio em que vivemos, já que, se pensarmos bem, não somos nada a mais do que seres orgânicos que evoluíram a tal ponto de se acharem donos de suas ações e livres o suficiente para acharmos que podemos realmente ter alguma significância em todo o ambiente natural que nos cerca. Agora, me digam, o que devemos fazer? Corromper-se e aderir a tudo o que nos é "jogado" todo o dia, ou procurarmos o que pode de verdade provocar alguma mudança?

Não sei bem, mas o caminho mais seguro parece ser usar os mecanismos que o sistema disponibiliza para encontrarmos o que nos faz bem, a tal de felicidade sobre a qual ouvimos falar.
Eu sou feliz.
Gosto do lugar de onde estou, das pessoas com as quais estou e do que estou fazendo aqui (se bem que eu seria mais feliz se pudesse assistir a um show da Janis - risos).

O mundo é um cofre gigante, e nós somos suas moedas. As mudanças socias são frutos econômicos, bem como as mudanças culturais, políticas. Há alguns lapsos que fogem desse padrão. Contudo, parece triste admitir, só que não somos muito mais do que animais - nem sempre racionais - que fazem a economia girar.

Já estou acostumada a ser tão pragmática. Não me crucifiquem.
O assunto pode ser aprofundado mais adiante.

Boa noite e até quando o dinheiro deixar!

4 comentários:

Lissara Guadagnin Bergamaschi - Lica disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando Costa disse...

Nossa, Lica; profunda a sua exposição

Gostei dos questionamentos. Só discordo do determinismo econômico (mas acho elogiável a distinção que você fez para os casos artísticos, que não são só "artísticos"...).
Espero que o seu Blog seja um bom lugar para suas teorias assim como o meu é para as minhas digressões.

Um abraço

Ângela disse...

"se bem que eu seria mais feliz se pudesse assistir um show da Janis - riso"

Ambas ser�amos!

Caroline Abreu disse...

Eu adorei a história do pó e tal, foi o que mais chamou atenção durante a aula.

Beijos, Lica.
(UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU)